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A emoção tem tanta importância no início da vida que, por meio dela, o corpo toma forma e consistência. A emoção é visível, através das modificações que ocorrem na mímica e na expressão facial. Elas estão sempre acompanhadas de reações como aceleração do batimento cardíaco, mudança na respiração, secura na boca, perturbações digestivas, além das reações que chamamos de expressivas (alterações na postura, na mímica facial, na forma de expressar os gestos). 

Por serem acompanhadas de modificações exteriores, as reações expressivas são altamente contagiosas e mobilizadoras do comportamento do outro, pois “em todo arrebatamento emotivo, o indivíduo extravasa de certa forma a sua sensibilidade. Suas reações emotivas estabelecem entre eu e o outro uma espécie de ressonância e de participação afetivas” (WALLON, 1995, p. 164). Por isso, elas predominam no primeiro ano de vida do bebê, e as atitudes modeladas pelo outro se constituem nas primeiras maneiras de expressão.

Como consequência de a emoção ter componentes orgânicos acentuados, sua função principal é mobilizar o outro, isto é, ela é essencialmente social. “As reações que as emoções suscitam no ambiente funcionam como uma espécie de combustível para sua manifestação” (GALVÃO, 1996, p. 64).

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Assim, devido ao seu poder de contágio, as emoções podem provocar a diluição dos contornos da personalidade de cada um e, através das relações interindividuais, um vai contaminando o outro, com o apagamento da individualidade. Isto acontece com o bebê que se encontra num estado de fusão com o meio em que vive.

Assim, o papel das emoções é fundamental na constituição da identidade do sujeito e na construção do real, pois “… a emoção esboça o pensamento, a representação que lhe é contraditória e não contrária; esboça a distinção entre o eu e o outro e preludia as afirmações da personalidade” (ZAZZO, 1968).

O ser humano permanece por muito tempo dependente dos outros que o cercam. Estabelece-se entre o cuidador e a criança uma linguagem de caráter emocional e, pouco-a-pouco, a consciência de si e do mundo vai sendo construída nesta relação. Nesse sentido, por meio da linguagem, são construídas a consciência e a cognição. 




Referências
GALVÃO, I. Henri Wallon- uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995.


WALLON, H.As origens do caráter na criança. São Paulo: Nova Alexandria, 1995.


ZAZZO, R. Wallon, psicólogo da infância. In: WALLON, H. – A evolução psicológica da criança. Lisboa. Edições 70, 1968.

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