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Ao longo da nossa vida, inevitavelmente, iremos experimentar alguns dissabores, injustiças, insatisfações, perdas, derrotas, sofrimento. No pior cenário, a vida é cheia de situações avassaladoras que jamais podem ser corrigidas. Ainda que possa parecer um cliché, eu quero dizer-lhe: “Deixe pra lá. Acabou, siga em frente. A sua vida é importante demais para viver com essa injustiça por mais uma hora que seja. Aconteceu. Não deveria ter acontecido. Mas a realidade é que aconteceu.” Ainda que a frase anterior tenha lógica e faça sentido, o que na verdade acontece é que muitos de nós perante acontecimentos arrebatadores, simplesmente não somos capazes de seguir em frente. Seja qual for a sua história, ainda que tenha toda a legitimidade para sentir-se esmagado e com isso sofrer desalmadamente, chega um momento que você pode olhar os acontecimentos ou a si mesmo por outra perspectiva.

A MAIORIA DE TUDO O QUE NOS OPRIME É SUPERÁVEL
Acredito que quando o impacto emocional associado a alguns acontecimentos catastróficos da nossa vida é “insuportável”, ficamos tão imersos na dor, que aliviar o sofrimento torna-se uma tarefa de hércules. No entanto, a grande maioria de tudo que nos oprime é superável. Nós realmente podemos ultrapassar a maioria dos eventos que nos derrubam. É apenas o nosso medo e a nossa raiva que nos prende a um lugar de inércia e miséria. Muitas das vezes, ficamos focados em “condenar” aqueles ou aquilo que nos provoca o problema, numa tentativa de mostrar a indignação pelo que não deveria ter acontecido. Ainda que esta reação possa ser legítima, para a maioria de nós, provoca mais dano que benefício. A nossa busca constante pela justiça pessoal num mundo supostamente injusto e cheio de hipocrisias e crueldades é desgastante e pode consumir-nos.

Mas, por vezes, há eventos em nossas vidas que realmente não podem ser superados. Não há como corrigir o erro, o dano, desfazer uma tragédia ou restaurar o que nos foi tirado. No entanto, o impacto emocional pode ser aliviado ou mesmo superado. Mas como? Como seguir em frente quando não há nenhum lugar para onde ir? Como é que se ultrapassa a dor de ver sofrer alguém que nos é querido, de ver a nossa casa arder, de ser diagnosticado com uma doença crónica, de terminar um relacionamento de sonho e seguir em frente?

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COMEÇAR POR NÓS MESMOS
Começamos por apoiar a nós mesmos. Podemos começar por aceitar e entender que a fonte de quase tudo que nos provoca sofrimento, não é o mundo em si mesmo ou as suas crueldades aleatórias, mas é, ao invés a interpretação das imperfeições dos outros ou da condição da própria natureza do mundo. E nós não podemos controlar o mundo nem as outras pessoas. Mas podemos controlar a nós mesmos. Mais especificamente, podemos regular e orientar os nossos pensamentos, que produzem as nossas respostas emocionais para o mundo e para aqueles que nele habitam. Podemos, quando enfrentamos o intransponível, aceitar primeiro que provavelmente não é tão intransponível como parece. De qualquer forma, o próximo passo é dar um passo. Nada mais. Apenas um passo em direção à sobrevivência e adequação à vida.

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CRIE NOVOS PENSAMENTOS
Para que possa ajudar-se a si mesmo a vencer a inércia e passar a olhar os acontecimentos por uma perspectiva mais construtiva, comece por amenizar a raiva e o medo, empurrando para fora o guião recorrente que corre na sua cabeça, que ecoa: “Alguma coisa está errada.” Quaisquer que sejam os pensamentos que estão ruminando na sua cabeça, recriando o passado que justifica a sua raiva, alimentando a sua indignação com histórias que conta a si mesmo para explicar o que aconteceu na sua vida e que recorrentemente lhe provoca sofrimento emocional, pare com isso. Certamente nada de bom irá surgir.

Empurre esses pensamentos para fora. Substitua-os por algo suave, algo calmo, algo bonito, ou que possa promover-lhe esperança. Construa um pensamento, uma imagem, uma simples palavra, algo que lhe faça vislumbrar um novo caminho. Um lampejo, nada mais. Abrace esses pensamentos, palavras e imagens positivas que lhe trazem alegria. E então você conseguirá mudar a perspectiva, assim mesmo. Como uma criança contorcendo-se para libertar-se de um abraço melado dos pais e ir jogar, o pensamento negativo terá desaparecido momentaneamente

SEJA PERSISTENTE, CONTINUE A CONSTRUIR O SEU GUIÃO POSITIVO
Numa primeira fase os cenários positivos que consiga construir serão breves. As feridas emocionais continuarão a fazer-se sentir. Virão os pensamentos recorrentes, as memórias, os medos, que o têm mantido nesse lugar de dor. E, então, deixe ir os pensamentos negativos mais uma vez. Repetindo apenas esse passo simples, uma e outra vez, até começar a seguir em frente. Pouco a pouco irá volta a sentir-se confortável na sua vida. Você irá conseguir volta a sentir-se adaptado. Irá conseguir aprender novas formas de viver no mundo que anteriormente lhe infligiu dor. Com o tempo, e tendo como suporte as suas ações orientadas, começará a abrir espaço no seu coraçãoe igualmente na sua mente para novas explicações, novos pensamentos e novas alegrias.

Para aprofundar o assunto, leia: Mude o seu guião, use a tríade cognitiva positiva para melhorar a resiliência
ORIENTAR OS PENSAMENTOS PARA PROMOVER EMOÇÕES POSITIVAS
Ao aprender a gerenciar os nossos pensamentos, lentamente, muito lentamente, aprendemos aregular as nossas emoções sem sacrificar a nossa capacidade de sentir. Ao conseguirmos regular as nossas emoções, preparamos o terreno para alterar as nossas percepções. O mundo pode continuar a ser o mesmo, mas mudando os pensamentos que definem o nosso mundo, começamos a transformar o mundo interior em que vivemos.

Podemos nunca recuperar o que perdemos no mundo, pode ser alguém que amamos que morreu, a saúde que só pode piorar, um carro que nunca podemos dar ao luxo de substituir. Quaisquer que sejam as nossas perdas, se elas podem ser substituídas, podemos decidir substituí-las. Se elas não podem ser substituídas, podemos, pelo menos, substituir a dor, com momentos de riso, de gratidão, de alegria. Ainda que sejam apenas pequenos momentos, não importa o quão imobilizados estejamos pela dor ou raiva ou preocupação. Esses breves momentos de sentimentos positivos e alegres evocam num instante possibilidades infinitas para nos reconstruirmos. Ao imaginar a nós mesmos a mover-nos para a frente, os nossos pensamentos vão certamente levar-nos onde os nossos corações tão desesperadamente querem ir.

Fonte:  http://www.escolapsicologia.com/como-seguir-em-frente-quanto-tudo-parece-perdido/

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